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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Balaio de palavras

Pela fresta da porta vejo o mundo a sorrir
As casas da vizinhança são resquícios de lembranças
Através de passagens insolidas chego ao mundo de "Sei lá"
Onde o faz-de-conta faz-se de inocente.

A rosa que embeleza o meu jardim
É a mesma que diz quantos Guilhermes sou
Psicologia de smart mostra-me o sono
O sono do futuro próximo


A linha tênue se mostra expressa
Entre Deus e a sorte vejo a saudade
O ódio se decompõe feliz em meio o beijo da lua de prata


O sentido não mais existe
Tudo que lês é um balaio de palavras mortas.




Obs.: Ontem pedi para que as pessoas com quem eu conversava dizer-me uma palavra, a primeira que viesse à mente. Tive como resposta casa, porta, sei lá, mundo, rosa, Guilherme, palhaço, sono, futuro, Deus, psicologia, smart, oi, saudade, feliz, ódio e sorte. Usando estas escrevi o que você, provavelmente, acabou de ler.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desprogramarei-me







Só por hoje decidi entregar-me ao vento

Farei da brisa que roça meu rosto afago para deliciar-me 
E ao som do silêncio que me sonda
A música de meus passos se tornará sinfonia
Qualquer ruído será trilha sonora em seu momento oportuno.

Só por hoje decidi não tomar decisões
Decidi não fazer uso de cautela

Hoje... 
Hoje, tudo que me for proposto será aceito sem reservas

Só por hoje...
Somente por hoje viverei a mercê do involuntário

Desprogramarei-me
Entregarei a vida vinte e quatro horas 
E a Deus exclamarei: "Seja feita tua vontade!"


domingo, 26 de setembro de 2010

Causadores de empecilhos

A dificuldade que encontramos são, sempre, criadas por nós mesmos. A maior dela é julgar nossos problemas que são, de fato, insignificantes: engrandecemos coisas pequenas a fim de termos argumento e "razão" para não encara-las. E a fazemos pelo simples fato de sermos covardes.
Sim, volto a repetir, somos covardes! Temos medo de encarar a verdade de cabeça erguida, sem esquivarnos de tudo que pode nos ferir. Somos covardes ao achar que fugindo se chega a algum lugar. E mais do que covardes somos tolos. Ingénuos. Ilusores da razão. Forçamos-nos a levar ditos clichês ao esquecimento, exemplo disso é que nunca nós lembramos que cair só nos leva a levantar!
Manipulamos-nos a cada dia, com intuitos próprios e desprazíveis. Tornar-se fantoche do teu próprio medo não é algo comum, tão pouco aceitável.




sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Solidão



Caminho só para não me abalar com perdas
Minha solidão delimita as fronteiras do meu eu
Tudo que vês é reflexo do que fui
Tudo que não vês é a essência do que sou
Se não vês não traduz a essência
Talvez não traduza por que, de fato, não exista.
Caminho, 
Caminho porque é ao caminhar que chego mais longe
Avisto de longe o horizonte infinito
Ora sol, ora lua
Ao tropeçar vejo neblina e nada mais
Tudo se confunde
A essência se esvai
Ao olhar pra trás vejo tudo que fui
Prevejo o que serei
Passado é matéria que não volta mais
É conteúdo impróprio aos fracos.




"[...]
As vezes ando só
Trocando passos
Com a solidão
Momentos que são meus
E que não abro mão... [...]" Pra Rua Me Levar - Ana Carolina

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Conexões Pontuárias

Aquilo que imaginou
Que queira que seja




Que seja-lhe essencial.
Aquilo que falta-lhe.
Aquilo que completa-lhe.
Aquilo, seja aquilo um ponto.
O Ponto.
O ponto que é o marco do inicio,
ao ponto que se inicie uma nova história.
O marco.
Um ponto.
A certeza do ponto da vida.




Pense

Se pararmos para pensar, pensamos logo em que pensar e porque pensar no que estamos pensando em pensar. Pensaríamos que se pensássemos não teríamos pensado em pensamentos que nos levou a atos indesejáveis. E não praticando os mesmos, o dia monótono que se passou seria diferente. Poderíamos, também, tornar uma séria de coisas melhores, assim também como pessoas melhores. E fazendo pessoas melhores, faríamos vidas melhores. E se todos fossem um pouco melhores, melhoraríamos todo um mundo.
Se parássemos para pensar, não sofreríamos tanto. Mesmo que parar para pensar nos faça sofrer, talvez sofrêssemos menos pensando. Se parássemos para pensar no verdadeiro sentido da vida, entenderíamos nossa verdadeira função. Função essa que é sempre pensar, pensar livre e espontâneamente. Chegaríamos a conclusão de que vivemos para o próximo... vivemos para que ele seja feliz.

Se pensarmos um pouco mais, perceberíamos que apesar de não nos ensinar nada, ser feliz e promover a felicidade faz bem para nosso outro lado. Um lado que se alimente mais que de emoção que razão.
Se parando para pensar na felicidade, pensássemos nos momentos ruins, que apesar de desagradáveis são os que realmente amadurece-nos. Porque ao pensar entendemos que todo o ciclo de aprendizagem gira em torno de nossos erros.

Se pensássemos em ter fé, teríamos mais esperança. Se tivéssemos mais esperanças não viveríamos intensas matanças. Não seriamos hipócritas incrédulos que por qualquer motivo desiste... se espanta. Se ao menos fé pensássemos ter, não seriamos facilmente abatidos pela angústia da morte.
E se errar nos faz pensar, se pensar nos faz aprender, se aprender nos faz melhor e mais sábios, se mais sábios for, maior nossa fé. Saberíamos pensar e aprenderíamos a viver.

Sem medo de ser feliz

Tendo consciência disso, ou não, nossas vidas se renovam a cada dia; a cada segundo. A verdade é que somos seres com total capacidade de nos adaptarmos a situações diversas. Para isso, basta-se que tenhamos maturidade  para descartar o que não nos acrescenta e absorver o que de fato, altera nossa vida positivamente. Continuando, assim, a busca pela felicidade e outros valores essenciais  para sermos bons alunos da "escola da vida".



Querer 'mudar' depende tão somente de nós. A verdadeira questão a ser respondida é: queremos, de fato, mudar? Muitas vezes, a essa situação, aplica-se a frase 'querer não é poder'. Uma vez que, tentando definir 'poder' segundo meus critérios e pontos de vista cheguei a seguinte conclusão: poder nada mais é do que oportunidade, dedicação e sorte. Deixando bem claro que sorte é algo que construímos. 



Talvez você esteja, nesse exato momento, se perguntando qual a ligação que as palavras ditas anteriormente tenham a ver com o título 'Sem medo de ser feliz'. Aí eu lhe digo, caro leitor: temos que buscar a felicidade em todos os momentos, seja tropeçando em uma pedra ou ouvindo uma boa música. Temos de nos arriscar nas mais diversas aventuras a fim de tirarmos proveito de tais situações fazendo dos seus resultados algo a acrescentar a nossa vida.



Resumindo tudo o que foi dito, deixo-lhes, caros amigos, esse pequeno pequeno pensamento: As coisas nem sempre são como esperamos, nem sempre o que vivemos é algo concreto. É o que eu chamo de etapa complementar: nada acontece sem um propósito. Por mais que as coisas dêem erradas, não podemos ignorá-las, cada tropeço faz parte do nosso aprendizado. É muito fácil olhar as coisas pelo lado negativo, difícil mesmo é aproveitar o que a vida lhe oferece no mais profundo de sua essência. 


A Bela e a Fera - Chico Buarque

                      

O homem mais forte do planeta


Tórax de Superman


Tórax de Superman


E coração de poeta



terça-feira, 21 de setembro de 2010

As coisas passageiras


O vento que toca meu rosto é também o que me traz frio
O sol que inspira a poesia é o mesma que banha o nascer dos dias
O fogo que se alastra pelos campos secos é o mesma que acende a vela da minha oração

A fumaça que me atrapalhar enxergar é também a que anuncia o fogo
Este fogo são memórias perdidas
O dia-a-dia que o tempo consome

A beleza deu lugar as cinzas
O fogo se apagou
A fumaça se foi com o vento
O que me restou? Lembranças

Lembranças se apagam,
são vulneráveis ao esquecimento,
são como o rastro do fogo.
Lembrança é toda nuvem de fumaça que se esvai. 

Tudo o que verei após da névoa é o vago de tudo que vivi.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O eco do silêncio.

Amo-te calado. Amo-te calado não por medo de que saibas o que eu sinto, mas por imaginar que fazes o mesmo. Tornando, assim, o silêncio recíproco. Traduzo este como uma infinita declaração de amor, na qual o eco do som que não se propaga diz por repetidas vezes que eu lhe amo. 
Amo-te calado pois quero que sinta o meu amor, perceba que este exala de minhas palavras. Quero que estas lhe seja teu doce preferido, o qual você degusta sabendo de seus efeitos mas não se importa pelo fato de lhe oferecer prazer.
Quero que me ame quando lhe convir, que seja espontâneo, voluntário... Quero que sejas livre, que voe quando necessário e que volte quando vontade sentir.

sábado, 4 de setembro de 2010

Hoje você se fez presente nos meus pensamentos, sem ao menos ser convidada para estar ali. Não que tenha sido algo ruim, pude sentir sua doçura, delicadeza e demais ao alcance da minha imaginação.



                        
Não gosto de cultivar pensamentos nostalgicos. 
Me faz mal saber que tudo que um dia foi essência se perdeu... 
Dói.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Já não sei não pensar em ti. Assim como respiro involuntariamente, por que preciso, penso em ti também porque preciso. Pois ações involuntárias são assim: fazemos a todo tempo pelo simples fato de serem necessárias

Nós: seres dependentes e involuntários

Muito penso sobre minhas dependências. Não só nas minhas, mas nas de todos nos que adotamos a nossa personalidade. Elementos que futuramente traduzirão-se em essências do nosso ser. Creio eu que tais essências sejam de grandiosa importância para que um dia possamos compreender um pouco mais de nós.
O fato é que nós, humanos, somos seres dependentes. Podemos comprovar ao observar nosso próprio processo de amadurecimento natural: de todos os animais somos os que dependem por mais tempo de nossas mães para que possamos ser independentes. E mesmo assim quando maduros dependemos de nossos semelhantes. Seja para coisas banais, ou até mesmo para curar-nos quando estamos incapacitados de fazer o mesmo.
Sem ao menos perceber, passamos a praticar atos involuntários. Sim, entenda como ato involuntário tudo aquilo que você faz sem pensar. Entenda como atos involuntários a forma  com que você pensa nas pessoas ao seu redor, entenda como ato involuntário julgar alguém por sua aparência e achar isso normal, afinal, na concepção humana toda e qualquer caracteristica pessoal pode ser descrita através do agir e da estética. Entenda como ato involuntário sentir-se necessitado de companhia mesmo quando estas ao redor de uma multidão. Entenda como involuntariedade ser tão dependente de coisas aparentemente supérfluas.
Não, nossas essências não são supérfluas! São pedaços de nós, são como peças de quebra cabeças que só vão dar sentido ao conjunto se estiverem todas ali. Pois somos feitos de essências particulares, tão particulares quanto nossas involuntariedades e dependências, as quais, são sabemos quão importantes são por sermos únicos e especiais.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre amadurecer.


Só percebemos nossa evolução ao olhar pra trás e comparar o presente com o passado, pré-supondo um futuro superior ao que vivemos hoje.

co-PENSADOR 2

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Prisão Particular


Sentir-me preso não deveria ser tão comum.
Tampouco tão frequente. Isso não deveria acontecer. Não sei a quem estou preso, ou por que escrevo essas palavras. Não sei por que me deixo prender. Talvez esteja preso à solidão. Preso à falta de amigos. Preso na minha própria prisão, a qual edifico as muralhas ao passar do tempo. Faço do meu coração um forte impenetrável. 
Prisão da qual sou o carcereiro e prisioneiro. Prisão da qual me sinto incapaz de sair. Alma da qual o carcereiro prevalece e meu eu prisioneiro cumpre sua pena calado, quieto, afim de ganhar privilégios tão pequenos por boa conduta.
Prisioneiro do meu eu.

co-PENSADOR 2

Sobre 'pontos de vista'


'Ponto de vista' é nada mais nada menos do que a forma que você encontra para enxergar e interpretar o que está a sua volta. 
Descubra todos os pontos de vista existentes, analise-os e escolha o que mais lhe convém.
Deixe-mos de preguiça e o façamos como se estivéssemos diante de nossa ultima escolha.
Afinal, nunca se sabe quando esta chegará.

co-PENSADOR 2 
Tira a máscara que cobre o teu rosto.
Se mostre e eu descubro se eu gosto do seu verdadeiro jeito de ser.
Máscara - Pitty

co-PENSADOR 2

Se eu pudesse viver minha vida novamente...

[...] Estou a ponto de "desfazer" setenta anos, muito embora os distraídos insistam em usar o verbo fazer. O fato é que a celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festas de aniversário. Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo da morte. O que não entendo é a razão pela qual os participantes, diante das velas apagadas. se ponham a bater palmas e a rir, quando ao certo seria que chorassem. Eu prefiro um ritual mais alegra: acender uma vela bem grande, como um bruxedo de invocação dos anos ainda não nascidos cujo o número não sei! [...]

Rubem Alves


co-PENSADOR 2

Superficialismo estético

Feio ou bonito, só enxergamos o dispensável.
A verdadeira essência fica de lado, não por sermos tolos, fúteis -
ou em decorrência de qualquer outro adjetivo que se encaixe a nossa situação.
Deixamos a essência de lado por sermos humanos.
Humanos são assim: se contentam com o superfluo.
               
co-PENSADOR 2
"O opostos se distraem, os dispostos se atraem." 
Fernando Anitelli

co-PENSADOR 2

domingo, 29 de agosto de 2010

Insetos Interiores - Fernando Anticelli

Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.



O brilho dos teus olhos

Olhe no fundo de seus olhos... concentre-se no brilho do teu olhar. Olhe no fundo de sua alma. Olhe como se desejasse prever o futuro tão almejado... e no silêncio do meu coração, diga que tristeza é apenas um pesadelo ruim que cultivamos por sermos bondosos de mais.
Olhe pro teu passado e veja como crescestes... talvez não em quantidade satisfatória para tua busca infinita mas essencial para a continuidade do aprendizado da vida. Talvez aí encontrará falhas. Talvez o auto-julgamento venha como consequência e a essência deixe-se abater. Talvez você se esqueça que tropeções são, quase sempre, a base de suas maiores lições. Talvez se esqueça que é um ser mutável que o faz de acordo com as necessidade encontradas ao decorrer de tua vida. Talvez se esqueça que é vivendo que se aprende e que acertos são frutos de erros passados.

A tal sanidade...

Se não mais te importa o nosso olhar, tampouco me importa o teu penar...

é só ruína, tudo em construção, o nosso amor já não se comporta como são.

Sanidade, tu vens? Me avisa, preciso de alguém para me amparar, só você tem a capacidade desse tal "raciocinar".

Mente sã, corpo são: pura balela. E só mais uma frase de novela pra dar efeito moral. O que real acontece e demais se engrandece é a linha, a linha tênue entre a genialidade, a linha tênue entre a bipolaridade, a linha tênue entre o amor. Mente sã, corpo são: pura lorota! É só mais um de fofoca pra expressar o que já é sabido, o que já foi dito mas, porém, esquecido.

Mente sã, corpo são: pura verdade...

André Monteiro